sábado, 23 de agosto de 2008

À mineira

Sexta vitória consecutiva. Marca inédita na história do clube nesta competição. Marca essa que supera as campanhas do alvinegro de 1992 e 1995 - ano em que se sagrou campeão nacional. Ademais, se for levado em conta a Sul-Americana, o Botafogo chega à setima vitória seguida. A campanha ainda merece outros destaques: possui a segunda melhor defesa da competição (19). Aí está, certamente, o início da visível evolução. O Botafogo de Cuca, sobretudo o time de 2007, jogava um futebol, quase que unanimamente reconhecido, vistoso, o mais bonito do país. Porém, pagava o preço pela ofensividade: sofria muitos gols. Já o time de Ney Franco, equilibrou-se. Está consistente. Com Renato Silva e André Luís encontrou seu equilíbro. O primeiro, ainda que por vezes estabanado, é rápido, tem boa antecipação e, finalmente, reencontrou o nível que lhe fez ter notoriedade no cenário nacional. Já o segundo, mais lento, é o zagueiro da sobra. Tem como ponto forte as jogadas aéreas. Outrora explosivo, após o lamentável episódio dos Aflitos - que lhe rendeu suspensão -, está irreconhecível. Sereno.

Adriana Lorete

Botafogo 1x0 Cruzeiro - A primeira etapa foi meramente burocrática. Poucas chances de gols. As melhores, porém, do Cruzeiro (2º/39 pts.) com Camilo e Guilherme, cabeceando na trave. Na etapa final, o Botafogo (3º/37 pts.) voltou disposto a decidir. Fazer valer o mando - que equivale a oito das onze vitórias, até então - de campo. A equipe celeste, sob pressão, se contentava (a menos foi o que deu a entender Fábio) com o empate. Aos 24, com a expulsão de Camilo, a tarefa foi facilitada. Ney Franco, como deve ser, não perdeu tempo. Imediatamente após a expulsão do atleta cruzeirense, lançou mais um atacante: Gil, sacando Diguinho, com amarelo. Dez minutos após a expulsão e depois de muito insistir, o Botafogo chegou ao gol. Giulliano Bozzano - e só ele! - viu pênalti de Thiago Heleno em Wellington Paulista. Um parêntese: Não creio que deva ser debitada a vitória ao árbitro. Os problemas celestes eram muitos: muito desfalcado (Fabrício, Charles, Ramires e Wagner), com um jogador a menos, jogando fora de casa contra uma equipe em franca ascensão e com tamanho ímpeto. Lúcio Flávio, como de praxe, converteu. Só então o Cruzeiro de Adílson Batista passou a buscar à meta de Renan. Sem sucesso. A sexta vitória rende novos frutos, ou melhor, uma posição. Com a cara e o jeito do mineiro Ney Franco, o Botafogo vai subindo. Comendo quieto. Sem alarde. Pelas beiradas.

■■■■■■

São Paulo 3x1 Atlético-PR - Virada insossa. Não fosse o adversário, o combalido Atlético/PR (14º/23 pts.), a tarefa poderia ter sido dificultada, muito provavelmente tentada sem sucesso. O efetivado - por Mário Sérgio - Pedro Oldoni deu esperança aos rubro-negros, que terminaram, a primeira etapa, à frente. E logo no primeiro minuto, Hugo empatou. Predonderante para a virada ou, ao menos, para acreditar que poderia acontecer. André Lima entrou e foi coadjuvante e protagonista. Primeiro, ajeitou, de cabeça, para Borges decretar a virada: 2 a 1. Depois, já no final, deu números finais à partida. O São Paulo (5º/36 pts.), mesmo com a vitória, se mantém na quinta posição. Próximo, é verdade, do G4. Todavia, nem mesmo o seu maior patrimônio (torcida) parece acreditar em algo mais nessa competição. Reflexo disso é o público presente: 6.006 testemunhas. A tarefa, mesmo para conseguir uma das quatro vagas da Libertadores, será árdua.

■■■■■■

Internacional 4x1 Palmeiras - Três partidas sem vitória. Esse era o retrospecto do Internacional (9º/29 pts.) até antes da partida. Entretanto, não podia haver adversário melhor para se enfrentar, jogando no Beira Rio: o caseiro time palmeirense que, jogando fora de seus domínios, obteve apenas duas vitórias. Irrisório para quem almeja algo na competição. A partida teve ares de ultimate fighting, muitas faltas, muitos cartões, sobretudo no primeiro tempo. Logo no primeiro minuto o Palmeiras (4º/37 pts.) abriu o placar com Jeci, de cabeça. Gol mal anulado pelo bandeira, porém. Pouco depois aos 3, talvez para compensar, o árbitro Jailson Macedo Freitas marcou pênalti equivocadamente, de Clemer em Alex Mineiro. Convertido por este. A fim de dar uma resposta à sua torcida, o Internacional foi pra cima e empatou aos 18, com Índio e, um minuto depois, num petardo de Alex, virou. Na segunda etapa, passou o lápis e fechou a conta com Índio, novamente e com o pupilo Taison - que havia entrado no lugar de Alex, ainda no primeiro tempo. A elogiar a belíssima atuação do meia argentino D'Alessandro. Diferenciado, realmente. Com a goleada, o Colorado sobe três posições e passa a olhar com carinho - se mantida uma regularidade - para o pelotão da frente, com alguma chance de galgar uma das vagas da Libertadores. Um passo de cada vez, contudo. Quanto ao Palmeiras, com franqueza... não consigo entender tamanha disparidade de atuação. Os números são alarmantes.

■■■■■■

Náutico 1x3 Fluminense -
Três gols de Washington e efêmero alívio para o Fluminense (16º/22 pts.) de Cuca - duas vitórias em dois jogos. Retrospecto que faz nutrir esperança na torcida Tricolor. Partida entre duas equipes desesperadas. Kuki descontou para o Náutico (18º/21 pts.). O Timbu segue em queda livre - duas derrotas seguidas. Fortíssimo candidato ao rebaixamento. Sem mais a destacar.

■■■■■■

Ipatinga 1x1 Santos - Outros dois candidatos ao rebaixamento - vai faltar vaga! Cinco pontos atrás do primeiro time fora da zona (Fluminense), o Ipatinga (20º/17 pts.), arrisco dizer, já foi. Figura, apenas. Cumpre tabela. Curte a primeira divisão. E o Santos (19º/19 pts.) , perde - outra!! - grande chance de tentar escapar da zona. O alvinegro praiano faz força para cair, abraçado à equipe mineira. Em lance digno de pelada - coincidência -, o grosso Domingos rifou a bola pra frente, o zagueiro mineiro tentou atrasar para o goleiro, mas a cabeçada foi fraca... Cuevas, que acreditou no lance, dominou e marcou. A bisonhice foi aos 37. O que dava a entender que o Santos, enfim, venceria. Doce ilusão. Aos 39, Henrique empatou. E o futuro santista não é tão incerto... encara, simplesmente, o vice-líder Cruzeiro, na Vila Belmiro. Façam suas apostas!

■■■■■■

Portuguesa 0x1 Vasco
- No dia em que comemorava 110 anos, enfim, a primeira vitória do Vasco (13º/25 pts.) fora de casa. Uma das coisas que a torcida cruzmaltina precisa, pra ficar tranqüila - ou menos nervosa - é disso (sem falar em reforços, o que me parece óbvio, sobretudo no setor defensivo). A Portuguesa (17º/22 pts.) chegou melhor ao ataque. Teve, inclusive, duas bolas na trave. Alex Teixeira, porém, foi mais preciso e decretou a vitória por placar mínimo. O que menos importa no momento. A Lusa caiu uma posição e entra na zona. Sem os lampejos de Diogo, a equipe lusitana corre seriíssimos riscos.

■■■■■■

Atlético/MG 1x1 Goiás - Parece não ter fim o martírio atleticano. Praticamente eliminado da Sul-Americana, sem saber o que é vencer desde a 18ª rodada (épica virada contra o Santos) e, pra completar, no ano de seu centenário, o Atlético/MG (14º/25 pts.) sucumbiu, novamente. Frente à sua cética - e com razão! - torcida. Para o Goiás (12º/27 pts.), o empate é satisfatório. Tem como principal - e única possível - ambição terminar mais um ano na elite e, se pintar uma vaga da Sul-Americana, agirão de forma indiferente (alguém dúvida?). Como manda o roteiro nacional. Petkovic (o fio de esperança que resta) e Paulo Baier marcaram. Iarley ainda desperdiçou uma penalidade - dos males o menor.

■■■■■■

Flamengo 2x1 Grêmio - Bela vitória rubro-negra, no Maracanã. Uma vitória sobre o (quase) imbatível líder, certamente, dará novo ânimo ao outrora ocupante do topo, Flamengo (6º/35 pts.). Curiosamente, o Grêmio (1º/44 pts.) de Celso Roth, das três derrotas que soma na competição, todas foram para cariocas (Vasco, Botafogo e Flamengo) e no Rio. Maxi - pasmem! - Toró e Souza - balaço - escreveram os números da partida. Tal qual a briga na rabeira, a disputa no ápice da tabela é (e promete ser) acirrada. O campeonato agradece.

■■■■■■

CONFIRA! Para receber as atualizações do blog por e-mail, cadastre já seu endereço eletrônico no menu à direita e assine nosso Feed.

3 comentário(s):

Gerson Sicca disse...

se o fogão tivesse uma campnha melhor no início estaria junto com o grêmio.

Saulo disse...

É verdade Gerson. Se o Botafogo fizesse uma campanha melhor no início, o Botafogo estaria junto com o Grêmio ou até na frente deles. Mas o futebol tem dessas coisas mesmo. Uma hora o time está na fase ruim outra na fase boa. Que o Botafogo continue com essa fase fastástica.
saulobotafogo.blogspot.com

Jogo Aberto disse...

ATE Q FIM O FLAMENGO GANHOU DE ALGUEM JA TAVA NA HORA.

O BOTAFOGO ESTA FAZENDO UMA BOA CAMPANHA